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Mudança

A MUDANÇA

Faça o seu melhor nas condições que
você tem, enquanto você não tem condições
melhores de fazer melhor ainda.
Mário Sérgio Cortella¹

A natureza sempre nos traz alguns ensinamentos sobre a nossa vida, e assim como o ano, nós somos feitos de estações. A primavera sempre é tema de coisas boas, renovo e mudança. Com a chegada dela, acende em nós um desejo de florescer, aprender algo novo, que nos leve ao crescimento e, ainda, nos ajuda na formação dos pequenos, como educadores, pais e gestores educacionais

Figura 1: flores do nosso jardim.

Neste texto, procuramos relacionar a chegada da primavera à neuroplasticidade e a nossa capacidade de aprender, mudar e crescer. Pensando sempre nos estudos em neurociências e nos nossos aprendizados práticos do dia a dia.

Mas não se preocupe, não vamos fazer um texto técnico e longo, queremos que sua leitura seja leve e com um toque de ciência. Caso queira aprofundar nos temas, acesse os links e referências  que deixamos disponíveis ao final do texto. Boa leitura!!

A primavera e os processos

Em algumas regiões do mundo, a primavera é conhecida como a estação das flores e temperaturas amenas. No Brasil, a primavera é uma estação de transição, e é pensando nisso que preparamos essa reflexão para vocês.

Nossos olhos brilham ao ver as árvores colorindo as ruas, nos encantamos pela variedade de cores e flores que nos cercam na primavera, sem sermos especialistas em estações, mudanças climáticas ou o processo de crescimento das plantas, sabemos que algo mudou e aconteceu para que elas pudessem florescer. E a beleza da natureza é exatamente esse processo, até chegar ao brilho e glamour das flores, as plantas passam por estações, preparo, amadurecimento, desenvolvimento e fatores externos e internos que as modificam ao longo de um ciclo. 

Pensar assim nos faz perceber que somos seres em constante construção, vivemos em processos frequentes que nos levam ao aprendizado e mudanças. E, com isso, percebemos também, que a criança não é uma máquina de adquirir conhecimento, mas que ela precisa de estímulos constantes, externos e internos, para que floresçam, aprendam, cresçam saudáveis e cheias de energia, vida e conhecimento. Os estímulos corretos no tempo certo farão com que o processo dos pequenos seja leve, transformador e efetivo. Podemos falhar nessa tentativa de oferecer o melhor para as crianças, mas o belo é que, com a nossa capacidade de mudar, é possível corrigir os erros e deixar marcas positivas ao longo do desenvolvimento dos filhos/alunos.

Figura 2: Área de recreação João de Barro

Neuroplasticidade e a aprendizagem

Nosso cérebro é feito de alguns tipos diferentes de células e uma muito importante é o neurônio. Eles “conversam entre si”, passando informações de um para o outro (sinapses) e formam um conjunto que, interligados, nos ajudam a executar milhares de funções diária e constantemente (como acordar, ver, falar, andar, aprender, sentir e tudo mais que fazemos dia após dia). Essas “ligações” que eles fazem ao longo da nossa vida são permanentes e fazem de nós quem somos.

Claro que o ambiente em nossa volta interfere muito nessas ligações e, diante dessas relações internas e externas, somos únicos e, ao mesmo tempo, temos um plano comum de funcionamento cerebral.

A neuroplasticidade entra em cena fazendo e desfazendo essas ligações entre os neurônios, por meio de estímulos e organizações do próprio sistema nervoso e do ambiente externo.  Ela é a capacidade que o cérebro tem de se adaptar às mudanças. Isso quer dizer que o ambiente em que vivemos e ao qual somos expostos interfere em quem seremos, a história que construiremos e as habilidades que desenvolvemos ao longo da vida.

Mudar é possível, nunca é tarde para aprender, nosso cérebro é plástico e, graças a isso, somos capazes de aprender coisas novas sempre.

Mas atenção!!!

Figura 3: representação da neuroplasticidade.

Não vamos simplificar tanto assim. Toda essa capacidade de mudar não é um processo simples e igualmente distribuído ao longo da vida. O esforço que um adulto precisará fazer para aprender um novo idioma, por exemplo, será muito maior que uma criança, pois essa plasticidade é muito maior nos primeiros anos de vida, e, com o tempo, apesar de permanecer por toda nossa existência, ela diminui. Isso porque o cérebro de uma criança não está totalmente formado e o adulto já está mais enrijecido (menos maleável e menos suscetível à mudança). Mas, por meio do aprendizado, podemos, sim, transformar nossos pensamentos, atitudes e conhecimento. Como cita Paulo Freire, “mudar é difícil, mas é possível”!

Por isso, o estímulo ao aprendizado é muito importante na infância, visto que é o momento no qual o cérebro está mais apto a ser moldado. Portanto, palavras, atitudes, comportamentos, rotinas, criatividade na forma de ensinar, atenção, estímulos diversificados e, claro, muito afeto, são indispensáveis na formação da criança, tanto na escola como em casa e em todos os ambientes em que ela estiver inserida. Suas atitudes são fundamentais na formação da personalidade, valores, crenças e jeito de ver a vida que a criança irá desenvolver.

Reflexão final

Quando comparamos nossa capacidade de mudar as transições ocorridas nas estações, não queremos ser simplistas, nosso objetivo é facilitar o entendimento no assunto, relacionando algo tão belo e claro aos olhos (a primavera) ao que consideramos científico, ambos nos mostra que somos capazes de transformar nossa mente, aprender e desenvolver novas habilidades.

Portanto, sejamos exemplo para as crianças! Disponibilizar tempo de qualidade, atenção plena e muito afeto na formação delas fará toda a diferença.

Que floresçamos e que estejamos em constantes processos, vivendo e desfrutando do que cada momento que nossas vidas têm para nos ensinar.

Figura 4: Ser João de Barro é ser diferente. Área de entrada das crianças.

E não se esqueça, mudar é possível, aprender coisas novas também.

 

Referências:

CORREIA, Bruno. NEUROPLASTICIDADE: A ARTE DE REINVENTAR. Disponível em: https://www.argospsi.com.br/post/terapiaemletras4]. Acesso em 17/09/2021.

COSENZA, Ramon M. & GUERRA, Leonor B. Um universo em mutação. In: Neurociência e Educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 27 – 39.

Neuroplasticidade cerebral: O que é e o que não é. Disponível em: https://youtu.be/h1rkL_1V4E4. Acesso em 18/09/2021

Neuroplasticidade e aprendizado 1/4: O que é neuroplasticidade? Disponível em: https://youtu.be/POdsSIiO5ck. Acesso em 19/09/2021. (Veja os outros vídeos da série)

Citações e imagens:

1. reflexão extraída do vídeo “VENCENDO A MEDIOCRIDADE – MÁRIO SÉRGIO CORTELLA (MOTIVAÇÃO)”, disponível em https://youtu.be/XUc45WPn_j8. Acesso em 17/09/2021.
Figura 1: Acervo do Colégio João de Barro
Figura 2: Acervo do Colégio João de Barro
Figura 3. Disponível em: https://www.argospsi.com.br/post/terapiaemletras4. Acesso em 17/09/2021.
Figura 4: Acervo do Colégio João de Barro

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